Tu és Antifrágil
Hoje com 66 anos ando a pé, entre 5 e 10 quilómetros, quase todos os dias, e sinto-me muito melhor. E conheço pessoas com 90 anos que sentem o mesmo. Ao contrário das máquinas, quanto maior é o movimento do corpo humano, maior parece ser a sua saúde e longevidade.
Também quando cais e partes um osso ele volta a ficar inteiro ou quando te cortas a pele volta a unir-se. E quando ficas muitos dias deitado numa cama os teus músculos definham mas, quando voltas a andar os músculos regeneram. Claro que isto é só até um certo limite pois se caires de um décimo andar não há regeneração que te salve.
Estes mecanismos de regeneração e resiliência dinâmica dos seres vivos são uma das coisas mais espetaculares que nos diferenciam das máquinas de metal. Há mesmo quem chame ao nosso corpo de antifrágil. Um sistema frágil é aquele que se quebra facilmente e, ao abandono, assim fica eternamente. É o caso das máquinas tradicionais. Pelo contrário, um sistema antifrágil, depois de partido, volta a regenerar-se quando abandonado ou, melhor ainda, quando exercitado.
Sabe-se hoje pelos estudos mais recentes no campo da epigenética que as células podem alterar-se função da sua percepção do ambiente à sua volta. E, mais interessante ainda, é que o ambiente à sua volta pode também mudar devido a estados mentais favoráveis.
Correlações
E isto muda muita coisa nalgumas das nossas crenças. Vamos dar um exemplo: Uma pessoa com dores regulares na coluna, nas pernas ou nos pés, pela lógica do corpo frágil, pára de andar, para não danificar ainda mais o que lhe dói. Mas isso vai fazer com que as células dos ossos ou músculos supostamente doridos, fiquem com a percepção de que já não são úteis e definhem. Entretanto a pessoa começa a tomar analgésicos, antes de caminhar, para suportar as dores e desassociar o sofrimento do ato de andar. A pouco e pouco vai começando a andar mais e, ao fim de algum tempo, volta ao andar normal sem dor. Na lógica do corpo frágil, a correlação que se escolhe é que foram os analgésicos que curaram as dores mas isso é só uma parte da verdade pois, como sabemos, foi a vertente antifrágil do corpo que reparou o problema. E essa é a correlação mais correta.
Há hoje muitos casos documentados de remissão radical de várias doenças sem recurso a medicamentos nem cirurgias. A investigação destes presumíveis milagres é desencorajada e feita em modo muito reservado por especialistas de diversas áreas. Muitos deles são correlacionados com o chamado efeito placebo. Estudos mostraram que, em alguns casos, 54% da eficácia dos medicamentos podia ser atribuída a “fatores contextuais”, relacionados às expectativas do paciente. E a uma fé e paciência invulgar nos nossos dias, diria eu.
O mito do corpo frágil foi muito útil e continua a ser em algumas situações mas tem também uma vertente diabólica. Muitas pessoas, impacientes, induzidas habitualmente pelo efeito nocebo (medo de sofrer) injetam e engolem todos o tipo de químicos e fazem cirurgias levianamente, algumas completamente desnecessárias, e ficam reféns de químicos e novas cirurgias para toda a vida, aniquilando, por vezes, os seus mecanismos regenerativos e imunitários naturais.
Sistema imunitário
O novo conhecimento científico sobre o funcionamento do nosso corpo clarifica a ideia de um ecosistema dinâmico, onde todos os orgãos vitais estão interligados e correlacionados, por estímulos elétricos e hormonais (e outros energéticos, supostamente quânticos, ainda pouco estudados), e funcionam muito na base da perceção, consciente ou inconsciente, que têm do ambiente à sua volta. Com tudo bem equilibrado, desde o emocional à alimentação, do movimento à respiração, da hidratação aos pensamentos recorrentes, do sono à boa estimulação neurológica e harmonia com a Natureza, o sistema imunitário afasta todo o tipo de patogénicos nocivos e o corpo goza de uma saúde excelente, quase sem dores.
Pelo contrário, com muito stress e afastamento prolongado do teu potencial humano pessoal e único, com muitos medicamentos e intervenções intrusivas constantes, maus hábitos alimentares ou de higiene, alcóol, tabaco, insónias, relações tóxicas, burnout ou sedentarismo, o sistema imunitário fica muito debilitado e dependente de intervenções externas permanentes.
A gripe, por exemplo, parece ser tipo um vendaval que abana todos os anos o nosso sistema imunitário (para o fortalecer), com mutações sempre diferentes, resistentes a qualquer vacina do ano anterior, e só se estiver em forma conseguirá proteger-nos de complicações graves. Nem sei porque chamam vacina a uma coisa que só dura uns meses. Devia chamar-se xarope. Um xarope para reforçar o nosso antifrágil natural, nessa área respiratória, mas com uma lista infindável de efeitos adversos que, certamente, reduzirão o antifrágil natural de outras áreas do corpo, noutras alturas do ano. Sem qualquer responsabilização do fabricante. E que necessitarão de mais outros xaropes. Estás a ver o negócio?
Microbioma
Até há poucos anos todas as bactérias eram consideradas inimigas do nosso corpo. Por isso se criaram os antibióticos e os detergentes. Parece afinal que a história está incompleta e que há muitas bactérias nossas amigas. Até se diz que o nosso corpo contém mais bactérias do que células. E que a maior parte delas residem no nosso intestino. Chamaram-lhe microbioma. E é ele, segundo a ciência mais recente, o responsável pela absorção correta dos nutrientes para a corrente sanguínea. Um microbioma equilibrado proporciona um sistema imunitário mais forte e, portanto, um antifrágil mais poderoso. E muito mais saúde.
Doenças inevitáveis?
Ah! mas há o fator genético, apegos emocionais inconscientes e outros fatores ambientais que não são controláveis e, por vezes, a doença é inevitável e essa coisa do antifrágil não funciona. Sim, é verdade, mas isso poderá não ser mais de 1% das situações e só o medo, empolado pela propaganda farmacêutica, poderá dar a ilusão de um corpo humano muito frágil e totalmente dependente de químicos e peças de reparação formecidas por mecânicos da saúde, muito especializados mas, muito pouco holísticos.
Experimenta mudar alguns hábitos
Recomendo que equaciones crenças seculares e reprogrames o teu inconsciente com recurso a técnicas de hipnose que facilitem e potenciem o teu sistema ao seu máximo potencial antifrágil, seguindo um caminho positivo de amor e, com coragem, muda alguns hábitos e faz as tuas próprias experiências e estudos. Hoje há muita informação credível (no meio de outra tanta falsa) disponível gratuitamente no mundo digital que te pode ajudar. Ouve sempre as duas versões contraditórias e tira as tuas próprias conclusões.
E tens também o meu livro "Tu não és um computador"
Votos de boa viagem pelo mundo fascinante do teu antifrágil. E boa saúde!
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